Impacto das apostas no esporte: prós e contras
Publicado em: 1 de julho de 2025 por Equipe Mesa de Apostas
A expansão das apostas esportivas no Brasil e no mundo tem trazido investimentos inéditos ao esporte, impulsionando campeonatos regionais, nacionais e grandes eventos como a Copa do Mundo e o Mundial de Clubes. Além de patrocinar clubes, atletas e eventos, esse mercado movimenta a economia em diversos setores, gera empregos e, desde a regulamentação, contribui com receitas ao governo por meio da tributação. Por outro lado, o crescimento acelerado levanta desafios relacionados à integridade das competições, à segurança dos torcedores e ao risco de fraudes.
Balanço econômico e visibilidade
As apostas esportivas movimentaram até R$ 30 bilhões por mês. Essa movimentação mensal recorde ocorreu de janeiro a março de 2025, de acordo com o Banco Central, que atribui o crescimento à a regulamentação das bets, que trouxe mais clareza sobre as transações.
De acordo com Projeções da H2 Gambling Capital, estima-se que, em 2025, as apostas esportivas representem 55% do mercado total de iGaming no Brasil, com projeção de arrecadação tributária entre R$ 2 e 10 bilhões
Em 2024, casas de apostas investiram cerca de R$ 550 milhões em patrocínios de clubes da Série A do Campeonato Brasileiro, com expectativa de atingir R$ 2 bilhões em 2025, segundo a ANJL.
Efeito social e comportamental
Dados divulgados pela Anbima e Datafolha em abril de 2025 mostram que cerca de 23 milhões de brasileiros (15% da população acima de 16 anos) fizeram apostas em 2024, com gasto médio mensal de R$ 216 por apostador.
A pesquisa detalha ainda que quase 47% desses apostadores estavam endividados, e 16% consideravam as apostas um tipo de investimento. Entre os usuários mais ativos, a média de gastos sobe para R$ 683,64 por mês, um recorte preocupante entre aqueles com maior tendência ao risco.
Análise do Banco Central também confirma altos valores: entre janeiro e março de
A distribuição demográfica mostra um perfil majoritariamente masculino (62%) e jovem — 56% têm entre 16 e 39 anos. A maior parte (52%) ganha até dois salários mínimos, evidenciando um impacto financeiro potencialmente delicado.
Riscos para o esporte
A manipulação de resultados continua sendo um desafio, embora haja avanços na fiscalização:
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Brasil e manipulação em declínio: Segundo o relatório 2024 da Sportradar, o Brasil apresentou apenas 57 partidas suspeitas, contra 109 em 2023 — redução de 48% e queda da liderança global no ranking de fraudes.
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Alertas: Em 2024, operadoras licenciadas registraram 219 sinais de apostas suspeitas, com 75 ocorrências no futebol, resultando em 33 jogos investigados e 17 sanções.
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Foco em categorias menores: A maioria das manipulações esteve em jogos de divisões inferiores, onde há menos visibilidade e menor remuneração de atletas.
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Combate nacional robusto: A CPI das Bets, instalada em novembro de 2024, apesar de encerrada, encaminhou mais de 300 partidas suspeitas para análise, enquanto a Operação Integration da PF investigou lavagem de R$ 3 bilhões usando apostas esportivas
As apostas esportivas representam um novo momento de investimentos e profissionalização para o esporte. No entanto, exigem uma regulamentação ainda mais robusta e fiscalização constante para proteger a integridade das competições e garantir que o torcedor permaneça seguro neste mercado e os investidores mais confiantes.